
O Papel dos Vigilantes na Prevenção ao Bullying nas Escolas
Outubro 7, 2025
Por Rodrigo Alessandro Ferreira, Policial Civil e fundador do @rafcyber
A presença de vigilantes nas escolas, tanto públicas quanto privadas, desempenha um papel importante na prevenção e combate ao bullying. Eles não são apenas responsáveis pela segurança física do ambiente, mas também atuam como observadores atentos do comportamento dos alunos.
Vigilantes são treinados para identificar situações de risco e conflito. Nas escolas, essa habilidade se traduz na capacidade de observar interações entre os alunos e notar sinais de agressão, isolamento social ou exclusão. Um olhar treinado pode perceber dinâmicas de poder e coação que, muitas vezes, passam despercebidas pela equipe pedagógica, que está focada em outras tarefas.
Ao identificar um ato de bullying, o vigilante pode intervir prontamente para interromper a agressão e garantir a segurança de todos. Essa resposta imediata é fundamental para proteger a vítima e evitar que a situação se agrave. Além disso, a simples presença de um vigilante pode ter efeito preventivo: potenciais agressores tendem a se inibir quando sabem que há uma figura de autoridade atenta à segurança e ao bem-estar coletivo.
É importante ressaltar que a atuação do vigilante deve ser complementar ao trabalho de educadores e psicólogos, e não substitutiva. O papel desse profissional não é o de disciplinador, mas o de elo entre os alunos e a equipe pedagógica, garantindo que as medidas apropriadas sejam tomadas e que o acolhimento necessário ocorra de forma segura e responsável.
Nesse sentido, incluir uma disciplina sobre bullying nos cursos de formação de vigilantes é uma medida essencial. Um curso voltado apenas à segurança patrimonial não é suficiente para prepará-los para os desafios específicos do ambiente escolar. Com uma disciplina dedicada, o vigilante pode compreender as diferentes formas de bullying — físico, verbal, psicológico e até mesmo o cyberbullying —, além de aprender técnicas de intervenção não violentas, pautadas no diálogo, na mediação e no respeito.
Essa formação também deve capacitá-lo a saber como e quando acionar a equipe pedagógica, lembrando sempre que seu papel é o de proteção, e não de punição. O conhecimento técnico sobre o fenômeno do bullying possibilita uma atuação mais humana, empática e eficaz, evitando tanto a omissão quanto o excesso de autoridade.
A atuação dos vigilantes também é vital fora dos muros da escola. Muitos episódios de intimidação e agressão ocorrem na chegada ou na saída, momentos em que a supervisão de professores costuma ser menor. Nessas ocasiões, o olhar atento do vigilante pode identificar provocações, empurrões, exclusões e outras formas de violência que, muitas vezes, se manifestam de forma disfarçada.
A presença desses profissionais nas áreas externas e de desembarque de transporte escolar é igualmente importante. Ali, eles monitoram o fluxo de alunos, reduzem a vulnerabilidade e inibem a ação de indivíduos mal-intencionados. Esse trabalho proativo complementa a segurança interna e transmite uma mensagem clara: a escola se preocupa com o bem-estar dos estudantes em todos os momentos, dentro e fora de seus portões.
A história recente nos lembra da urgência desse cuidado. Casos como o de Pernambuco, em que uma menina de 11 anos morreu após ser espancada por colegas dentro da escola, reforçam que o ambiente escolar precisa ser um espaço de proteção integral. Um olhar preventivo e capacitado pode, muitas vezes, evitar tragédias.
Unindo a expertise em segurança com o conhecimento sobre as dinâmicas sociais e emocionais da escola, o vigilante se torna um verdadeiro agente de prevenção. Ele contribui para um ambiente mais seguro, acolhedor e respeitoso, onde o bullying — seja ele físico, psicológico ou digital — encontra cada vez menos espaço para se perpetuar.
Mais do que garantir a integridade física, o vigilante escolar é um guardião silencioso da paz cotidiana. Quando bem preparado, ele representa uma ponte entre segurança e educação, ajudando a transformar as escolas em territórios de confiança, empatia e convivência saudável.
Eu, Rodrigo Alessandro Ferreira, Policial Civil e fundador do perfil @rafcyber, declaro, para os devidos fins, que os artigos publicados na Coluna do Portal Timbó Net e demais meios de divulgação vinculados ao nome e marca @rafcyber são de minha autoria exclusiva.
Rodrigo Alessandro Ferreira | Bullying e Cyberbullying
Policial em Santa Catarina
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